HUPDA
Nomes alternativos: Hupdé,
Hupdá Makú, Jupdá Macú, Makú-Hupdá,
Macú De Tucano, Ubdé
Hupdá Makú, Jupdá Macú, Makú-Hupdá,
Macú De Tucano, Ubdé
Classificação linguística:
Maku (Puinave, Macro-Tucano)
Maku (Puinave, Macro-Tucano)
População: 1,208 no Brasil (1995 SIL);
150 na Colômbia (1991 SIL);
1,350 nos dois países
150 na Colômbia (1991 SIL);
1,350 nos dois países
Local: Rio Auari, noroeste de Amazonas
Já se tornou moeda corrente entre os regionais e na literatura etnográfica sobre o Noroeste Amazônico a distinção entre os chamados “índios do rio”, de fala Tukano e Arawak, e os “índios do mato”, de fala Maku.
Enquanto os primeiros são agricultores que fixam suas aldeias nas margens dos rios navegáveis, os Maku vagam nos divisores de água, estabelecendo-se temporariamente onde encontram condições ecológicas favoráveis à caça e adequadas ao modo como eles costumam resolver seus conflitos internos: “quando a gente se desentende, a gente se espalha no mato e fica lá até a raiva passar.”
MITOLOGIA
O universo Maku tem a forma de um ovo em pé, com três andares ou "mundos": (1) o "mundo das sombras", subterrâneo de onde vêm todos os "monstros", tais como os escorpiões, as onças, as cobras venenosas, os índios do rio e os brancos; (2) o "nosso mundo", isto é, a floresta e (3) o "mundo da luz", acima do céu, onde vivem os ancestrais e o criador - o Filho do Osso (possível alusão ao pênis, também chamado de osso).
Luz e sombra são as duas substâncias básicas de que se compõem todos os seres, em proporções diversas.
Luz é fonte de vida. Sombra é fonte de morte. No "nosso mundo", as folhas e as frutas são os seres que mais concentram luz, ao passo que os carnívoros são os que mais concentram sombra.
Por isso, é melhor não comer carnívoros, mas tão somente herbívoros. No mundo da luz, após a morte, as pessoas se alimentam de deliciosos sucos de frutas e se tornam eternos adolescentes.
O principal ciclo mitológico dos Maku relata a epopeia do Filho do Osso - Idn Kamni em Bara, Kegn Teh em Hupda, Ku Teh em Yuhupde. Trata-se do sobrevivente de um incêndio que pôs fim à criação anterior, cujas tentativas de recriar o mundo resultam numa série de trapalhadas: por causa delas, existem as brigas, as doenças e a morte.
Após ter sua mulher raptada pelo irmão caçula, o Filho do Osso se retira definitivamente deste mundo, indo morar no mundo da luz, acima do céu e dos trovões, que às vezes emite em expressão de desagravo. Coincidência ou não, na vida real os irmãos costumam brigar entre si, em disputa pelas mesmas mulheres, suas afins, conforme o sistema de clãs.