JAMAMADI
Nomes alternativos: Yamamadí,
Kanamanti, Canamanti
Kanamanti, Canamanti
Classificação linguística: Arawak
População: 884 (Funasa – 2006)
Local: Amazonas, espalhados sobre 512.000 km2
Os Jamamadi fazem parte dos povos indígenas pouco conhecidos da região dos rios Juruá e Purus que sobreviveram aos dois ciclos da borracha, em meados do século XIX. Nos anos 1960, foi previsto seu desaparecimento como grupo diferenciado, mas a partir daquela época os Jamamadi conseguiram se recuperar, tanto em termos demográficos quanto culturais.
Quase não há relatos sobre a religião étnica e a mitologia. Rangel, no entanto, dedicou uma parte de sua tese a teorias sobre o xamanismo Jamamadi, interpretando-o como responsável pela fissão das comunidades.
Nossos conhecimentos sobre rituais e festas Jamamadi também são muito fragmentários. Uma das festas mais importantes parece ser a iniciação feminina, isto é, uma série de rituais que marcam a transição das meninas para o status de adultas.
O que pode ser observado com facilidade, no entanto, é o apreço ao rapé (sina) na vida cotidiana. Ele é feito de folhas verdes de tabaco, que são tostadas, secadas e socadas dentro de um ouriço de castanha-do-pará. Acrescenta-se ao pó uma porção de cinza de cacau. O rapé é consumido em diversas ocasiões.
Os Jamamadi praticam o "ritual do chinã" (trata-se do aportuguesamento do termo indígena sina, que significa rapé), no qual toda a família participa.
O dono da casa coloca uma porção de sina numa folha verde e a segura na palma da mão, então ela é passada de um para o outro, sendo usado um osso da perna do gavião para a inalação. O orifício do osso é alisado com cera para facilitar adaptá-lo à narina. Depois se limpa o interior do osso com uma pena.