Sanctuarium SATERÉ-MAWÉ



SATERÉ-MAWÉ

São chamados regionalmente "Mawés. Ao longo de sua história, já receberam vários nomes, dados por cronistas, desbravadores dos sertões, missionários e naturalistas: Mavoz, Malrié, Mangnés, Mangnês, Jaquezes, Magnazes, Mahués, Magnés, Mauris, Mawés, Maragná, Mahué, Magneses, Orapium.


Autodenominam-se Sateré-Mawé. O primeiro nome - Sateré - quer dizer lagarta de fogo, referência ao clã mais importante dentre os que compõem esta sociedade, aquele que indica tradicionalmente a linha sucessória dos chefes políticos. 

O segundo nome - Mawé - quer dizer papagaio inteligente e curioso e não é designação clânica.


Os maués foram os inventores da cultura do guaraná. Foram eles que transformaram a trepadeira silvestre em arbusto cultivado, com o plantio e o beneficiamento dos frutos. 

A primeira descrição do guaraná data de 1669, o mesmo ano em que houve o contato com o homem branco. 

O padre João Felipe Betendorf escreveu que "tem os Andirazes em seus matos uma frutinha que chamam guaraná, a qual secam e depois pisam, fazendo dela umas bolas, que estimam como os brancos o seu ouro, e desfeitas com uma pedrinha, com que as vão roçando, e em uma cuia de água bebida, dá tão grandes forças, que indo os índios à caça, um dia até o outro não têm fome, além do que faz urinar, tira febres e dores de cabeça e cãibras".


O uso desse fruto é considerado fonte de saúde e está ligado à terra cultivável, como é possível ver no discurso do Tuxaua sateré-maué Manuel, em 1933: 

"O Guaraná é bom para fazer chover, para proteger a roça, para curar doenças e prevenir outras, para vencer a guerra, no amor, quando dois rivais pretendem a mesma mulher".


LENDAS E TRADIÇÕES...

Origem da Noite.

História da Pedra ou da Aliança
 entre os Maués.

A criação do Mundo.

Lenda do Timbó.

Lenda da Primeira Água.

História da Mandioca.

História da Mucura e do Acurau.

Origem dos Bichos.

História do Guaraná.



Dentre os rituais indígenas, o que mais se destaca é o ritual da Tucandeira na tribo Sateré-mawé. Este evento é realizado como forma de iniciação masculina. 

O índio Sateré-Mawé, para provar sua força, coragem e resistência à dor, deve se deixar ferrar no mínimo 20 vezes, colocando as mãos dentro da luva da tucandeira (Saaripé). As tucandeiras são formigas grandes com ferrão muito dolorido que, na véspera do ritual, são capturadas vivas e conservadas num bambu.


Os meninos levantam cedo para terem seus braços pintados com o preto do jenipapo feito por suas mães; em seguida, com um dente de paca, elas começam a riscar a pele dos meninos até sangrar. 


A LUVA É FEITA DE PALHA
 PELOS PADRINHOS, QUE SÃO 
OS TIOS MATERNOS. 

No dia da cerimônia, pela manhã, são colocadas em uma bacia com tintura de folha de cajueiro, que tem efeito anestesiante, e meio adormecidas, as tucandeiras são postas na luva, com a cabeça para fora e o ferrão para dentro, na parte interna do Saaripé.

Não há um período certo para a realização do ritual: é organizado conforme a vontade de quem deseja ser iniciado.

O evento envolve cantos e danças onde as mulheres, sobretudo as solteiras, que buscam maridos fortes e corajosos, podem entrar na fila da dança junto com outros homens.